Na coluna Saúde do Atleta de hoje, explico como as lesões musculares ocorrem, como é feito o diagnóstico e o tratamento. Confira:
As lesões musculares são as mais frequentes de todas as lesões que afetam os atletas. Nas modalidades coletivas chega a 50 % de todas as lesões.
Elas podem ocorrer decorrentes de traumas direto (também chamado de tostão ou paulistinha); por sprints máximos (acelerações/desacelerações) como na lesão posterior da coxa; lesão por estiramento em movimentos que levam a um alongamento muscular abrupto como na lesão posterior da coxa e por contração abrupta (chute) como na lesão do reto femural.
Sabe-se que as lesões musculares acontecem mais frequentemente em atletas com mais que 25 anos e naqueles que já tiveram lesão muscular anteriormente. Lesão muscular prévia é o fator etiológico mais importante. Os atletas que já tiveram uma lesão muscular têm 7xx mais chance de reincidência que um atleta sem histórico de lesão.
O diagnóstico de uma lesão muscular é relativamente fácil. A história e o exame físico normalmente nos dão o diagnóstico e dados para o prognóstico. Mas, normalmente usamos exames complementares para confirmar e saber o grau de lesão. O ultrassom e ou a Ressonância Nuclear Magnética são os exames de escolha.
A grande maioria das lesões são de tratamento conservador. Os objetivos do tratamento consistem em primeiramente recuperar a mobilidade do membro afetado sem dor. Após exercícios de alongamento, força, estabilidade, proprioceptivos de maneira leve e progressiva. Por fim iniciar o retorno as atividades no grupo de maneira progressiva.
O tratamento deve ser individualizado levando em conta as características pessoais e histórico do atleta.
O grande problema que não se tem um exame ou sinal clínico capaz de nos confirmar qual o momento certo para o retorno as competições.
A única certeza é que não se deve autorizar a volta a atividade esportiva do atleta que tem dor residual ou que não consegue realizar todos os gestos esportivos necessários para a modalidade.
A decisão para o retorno deve ser multidisciplinar envolvendo todas as partes. O atleta, o departamento de saúde e a comissão técnica.

Especialista em Cirurgia do Joelho em Lyon/França e Médico de Equipe pelo Futbol Club Barcelona, Volnei Corrêa da Silva tem 51 anos e é natural de Ibirubá (RS). Desde 1997 mora em Lages. Atualmente é médico do Leoas da Serra, time de Futsal Feminino de Lages, e também médico da Seleção Brasileira de Futsal Feminino. Professor do curso de Medicina na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), Volnei também atua na CLINITRAUMA Ortopedia e Traumatologia, em Lages.